Subfinanciamento é principal problema do SUS, alega ministro da Saúde

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Subfinanciamento é principal problema do SUS, alega ministro da Saúde

 

07042014_Pref.Barueri_SPEm debate na Comissão Mista de Orçamento, nesta terça-feira, 25 de agosto, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, relatou que o principal problema do Sistema Único de Saúde (SUS) não é a má gestão, e sim a falta de recursos, mesmo tendo as três esferas de governo (federal, estaduais e municipais) elevado as despesas da área nos últimos anos.
 
Os gastos federais com ações e serviços públicos de saúde passaram de R$ 58,3 bilhões em 2010 para R$ 98,4 bilhões neste ano. Mesmo assim, Chioro disse que o Brasil gasta relativamente pouco com saúde, quando comparado a outros países.
 
Gasto per capita
Segundo o Banco Mundial, o País despende 525 dólares por habitante, ao ano, com ações de saúde, número que inclui as despesas das três esferas. Países que também possuem sistemas universais como o SUS gastam em média 3 mil dólares por habitante/ano.
“Nós vivemos de fato um sistema de saúde público subfinanciado e se faz um enorme esforço para garantir os conceitos de universalidade e integralidade que estão previstos na Constituição”, afirmou o ministro.
 
A audiência pública foi promovida pela Comissão Mista de Orçamento em conjunto com as comissões de Seguridade Social e Família da Câmara; e de Assuntos Sociais do Senado. A vinda dele é uma exigência da Lei Complementar 141/12, que trata de gastos com ações e serviços públicos de saúde.
 
Tributos
O ministro criticou a decisão de extinguir a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), tributo que vigorou até 2007 e que tinha parte da arrecadação destinada para a saúde pública. A contribuição foi derrubada em votação no Senado. De acordo com ele, o fim do tributo tirou da saúde pública R$ 350 bilhões desde 2008. Ele afirmou que somente neste ano, se estivesse em vigor, a CPMF colocaria mais de R$ 60 bilhões no setor.
 
Durante o debate, diversos deputados defenderam a criação de impostos para financiar a saúde pública. As propostas foram a taxação de grandes fortunas ou a incidência do Imposto de Renda sobre lucros e dividendos do mercado de ações.
 
Ressarcimento
Questionado por parlamentares, o ministro explicou que o SUS deverá receber neste ano cerca de R$ 1,2 bilhão de ressarcimento dos planos de saúde pelo atendimento dos usuários dos planos na rede pública.
 
Segundo ele, o governo vem fazendo um levantamento de todas as internações financiadas pelo sistema e tem cruzado os dados com o cadastro da saúde suplementar. Quando um paciente atendido é identificado como tendo plano de saúde próprio, o sistema lança uma cobrança ao plano. Tudo é feito eletronicamente e o plano tem 30 dias para reconhecer a dívida e ressarcir os cofres públicos.
 
Mais Médicos
O ministro afirmou ainda que todas as 4.146 vagas disponibilizadas neste ano pelo programa Mais Médicos foram integralmente ocupadas por médicos brasileiros. O programa possui atualmente 18.240 médicos. A presença de profissionais brasileiros deve continuar crescendo.
 
Da Agência CNM, com informação da Agência Câmara